Vou semear bocadinhos de tristeza pelos cantos.
Mas em seguida pego neles e atiro-os fora da minha janela.
Não os quero para mim.
Mas insistem em entrar, quando o vento os empurra.
Eu não quero sair com eles pela janela, mas sim pela porta.
Não por ter vertigens, mas por ser mais confortável.
Seria tudo tão fácil se me pudesses entender. É assim tão complicado?
Ou és tu que complicas?
Assim não precisaria de explodir e não sujava o chão.
Poderia ter o meu espaço limpo.
Deslizar sem tropeções. Era tão bom!
Faz-me a vontade, por favor....
Diz que me entendes.É tão simples!
Vês no meu rosto algum ponto de interrogação? alguma duvida nos meus olhos?
A minha cara está lavada. Lavei-a com agua fresca.
Toda eu me lavo com agua límpida e transparente.
Nunca duvides do que te digo. Não tenhas medo.
Não arranjes desculpas.
As coisas não são sempre como tu dizes, nem como tu pensas.
Existem sempre formas diversas de pensar a mesma coisa.
Em ti, não está sempre a solução, o resultado final.
Poderá estar noutro lugar.
Não te prendas a palavras que costumas desprezar.
Assim podes correr o risco de ser apanhado por elas, de tão poderosas que são.
Idalina Silva
