segunda-feira, 25 de abril de 2011

Felicidade

Felicidade é ter alguém, que te faça parar e olhar,
para depois te amar.
Felicidade é sentir o coração bater.
Amar quem não te ama e não ter medo de perder.
Sentir que há muito mais a percorrer.
Saber que a felicidade não pára e o amor não acaba.


Idalina Silva

sábado, 23 de abril de 2011

Saudade

Saudade é angustia.
É tudo que sinto, depois de tudo ter perdido.
Saudade é recordação dos meus amores que já partiram
e das palavras doces de quem me amou.
Saudade é nostalgia.
Saudade é quando fico a olhar o mar e não o vejo.
Quando o corpo está presente e a mente se perdeu.
Saudade é dor constante que não dorme.
É saber recordar momentos belos sem chorar.
Ser forte, mesmo quando apetece descansar.
Saudade é dor, que nos faz morrer por dentro.
É tudo aquilo que não quero sentir.
Saudade rouba a liberdade de viver.
Deixa o coração atado e apertado.
Saudade é passado e é presente.
É sentir tristeza de quem partiu e não se despediu.
De quem, nem eu pude conhecer.
Dos livros que li e dos rostos que vi.
Das viagens que fiz e de outras que nem senti.
De tudo que me passou à frente
e de tudo que me passou ao lado
e de que me arrependi.
Saudade é palavra com sete letras
repletas de emoção,
que explodem sentimentos
e me dizem,
que tenho muito para viver
e muito ainda,
para sentir.


Idalina Silva

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Preciso de calma


Preciso de calma.
De musica serena e olhar o mar.
Desenhar a forma das nuvens.
Pintar o sol e recortar estrelas.
Preciso correr e abraçar o luar.
Acreditar e amar.

Preciso de calma.
De beijos doces e olhar o céu.
Subir montanhas.
Cansar-me e repousar.
Acariciar a relva e cheirar a terra.
Adormecer a sonhar.

Preciso de calma.
No passar dos tempos.
Sentir-me envelhecer.
Mas continuar viva.
Olhar a beleza do entardecer.
Sorrir e agradecer.

Idalina Silva

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Ciume

Ciume em demasia é como febre tifóide.
Alastra e contagia.
Causa desconforto, mau estar e dor.
Até a morte do Amor.
Mas se ainda não está completamente morto,
usa a inteligência e cura-o.
Antes que te mate a ti,
pois o ciume,
já matou o teu amor.

Idalina Silva

domingo, 10 de abril de 2011

Desenhar

Hoje vou desenhar.
Vou fazer o teu esquisso.
Seguro no lápis, com a mesma suavidade com que te olho.
Deixo-o deslizar pela folha macia e sedosa.
Deixo-o livre.
Até ao lápis, o quero assim,
livre e solto.
Ele vai e vem.
Desenha linhas curvas, círculos e rectas.
Baila como se a folha de papel fosse uma pista de dança.
Como se dançasse o tango, de forma sensual e apaixonada.
Lápis, papel, tu e eu.
Olho em redor e não vejo mais nada.
Nada mais do que a tua imagem desenhada.
Um pouco de papel, marcado por linhas finas e leves, traçadas com incertezas,
tristezas e saudade.
Mas sempre com muito amor.
Desenhar, é amar o que se sente e não obrigatoriamente o que se vê.
Enquanto a imaginação sobreviver em mim,
eu vou desenhar.
Vou-te desenhar.
Vou-te ter,
sempre presente.

Idalina Silva

sábado, 9 de abril de 2011

Ventania

Esta ventania conseguiu levantar-me o véu. Fez-me despentear, elevou-me ao Céu.
Depois o vento empurrou-me e arrastou-me. Mas houve vezes, em que me parou e equilibrou.
Antes ventos, que ciclones e tempestades.
Não quero ser levada sem querer, nem quero fazer nada, só por fazer.

Tempestade é força sem razão.

Percorro estradas, de verdes árvores dobradas. Vergadas somente, sem nada saber e nada querer.
Sem palavra e sem vontade.

No caminho encontro esteios duros, firmes como seios. Que alimentam.
Sempre fortes, decididos.

São exemplo, para ramos frágeis, vazios, finos e quebradiços.
Que procuram terras húmidas, movediças e se afogam em fracas chuvas.

Formam-se rios e mares onde navegam restos de flores arrancadas.
Pétalas que já deixaram de ser perfumadas.

Navegam descontroladas, sem oriente, procurando paz.
Buscam momentos silenciosos, sem ventos e tempestades.
Sem sofrimento ou maldades.


Idalina Silva



quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tu És


Se pudesse dizer-te ao ouvido
o que és para mim,

dizia-te:

Tu és o meu sonho.
Tu és a minha canção de amor.
Tu és a minha alma.
Tu és o meu céu.

És tudo aquilo que quero.

Tu és beleza.
Tu és amigo.
És a minha respiração.
És a minha vida.
És o meu calor.

Se pudesse dizer-te nos olhos
o que és para mim,

dizia-te muito mais...

Muito mais do que te disse.

Dizia-te:

És o meu brilho.
És o meu quartzo.
És a minha pedra cintilante.

Idalina Silva