sábado, 9 de abril de 2011

Ventania

Esta ventania conseguiu levantar-me o véu. Fez-me despentear, elevou-me ao Céu.
Depois o vento empurrou-me e arrastou-me. Mas houve vezes, em que me parou e equilibrou.
Antes ventos, que ciclones e tempestades.
Não quero ser levada sem querer, nem quero fazer nada, só por fazer.

Tempestade é força sem razão.

Percorro estradas, de verdes árvores dobradas. Vergadas somente, sem nada saber e nada querer.
Sem palavra e sem vontade.

No caminho encontro esteios duros, firmes como seios. Que alimentam.
Sempre fortes, decididos.

São exemplo, para ramos frágeis, vazios, finos e quebradiços.
Que procuram terras húmidas, movediças e se afogam em fracas chuvas.

Formam-se rios e mares onde navegam restos de flores arrancadas.
Pétalas que já deixaram de ser perfumadas.

Navegam descontroladas, sem oriente, procurando paz.
Buscam momentos silenciosos, sem ventos e tempestades.
Sem sofrimento ou maldades.


Idalina Silva



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