sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Hoje

Hoje gostei de te rever.
Senti-me bem contigo.

O teu sorriso é igual e o teu olhar também.

Hoje não notei que o dia esteve triste,
que não houve sol e que a chuva não parou de cair.

Hoje não deixaste que os meus cabelos se molhassem.

Hoje foste o meu porto de abrigo.
Hoje protegeste-me.

Hoje protegeste-me da chuva...
... e não só.


Idalina Silva

sábado, 13 de outubro de 2012

Gosto

Gosto de ver crianças a correr, rosadas e ofegantes
Gosto de ver o Sol nascer
Gosto de vozes bonitas.
Gosto de ouvir a chuva lá fora.
Gosto de recordar momentos bons.
Gosto de conversar pela noite dentro.
Gosto de me deitar tarde, quando no dia seguinte posso preguiçar.
Gosto de pessoas seguras.
Gosto que me façam rir.
Gosto de olhar nos olhos.
Gosto de me sentir útil.
Gosto de chocolate com frutos secos.
Gosto de sentir a terra.
Gosto que gostem de mim.
Gosto de ser simpática.
Gosto de me sentir realizada.
Gosto de criar e produzir.
Gosto de Arte.
Gosto de sentir orgulho em quem gosto.
Gosto do mar.
Gosto do sol.
Gosto de ver objectos bonitos.
Gosto de cores.
Gosto de velharias.
Gosto de papéis antigos.
Gosto de relaxar.
Gosto de calma.
Gosto de silêncio.
Gosto de musica.
Gosto de dizer disparates.
Gosto de fazer rir.
Gosto de trincar maçãs.
Gosto de ler.
Gosto de escrever.
Gosto de luz..
Gosto de gostar.
Gosto de conhecer pessoas.
Gosto delas simples.
Gosto de ter amigos.
Gosto de respeito.
Gosto de justiça.
Gosto do amor.

Idalina Silva

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Um quadro pintado a pastel

Há um quadro pintado a pastel...
Só vejo: cansaço, desespero, injustiça.
Existem montanhas
e um vale também.
O vale é escuro, porque as montanhas são altas demais.

Tudo sufoca.
O pasto escasseia.
Os animais gordos e anafados lá do cimo, não deixam sobras.
Escorraçam os mais frágeis.
O sol está cada vez mais longe.
Sente-se o frio.

Cabeças caídas.
Corpos tombados.
Terra lamacenta.
Névoa densa e húmida.

Não quero olhar mais para esse quadro.
Eu sei que todos juntos, podemos pintar um novo quadro pintado a pastel.

Idalina Silva

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Um homem e uma mulher

 Nao sei se te amo como uma mulher ama um homem. Sei com toda a
 certeza, que te amo como um ser humano ama outro ser humano.

 Não me perguntes se é mais ou menos.
 Só saberei responder, que o amor não tem medida.


Idalina Silva

domingo, 22 de julho de 2012

Quero ser o que ainda não fui, renascendo da forma que sempre deveria ter sido...


Idalina Silva

sábado, 7 de julho de 2012

Para mim é imenso

Há momentos em que me sinto muito sensível.
Poderia dizer mesmo: em demasia.
Chego a estranhar e pergunto-me se serei normal.
Não sei se me entendem, porque é difícil explicar por
palavras o que sinto.
Sou invadida por um fluir de emoções,
ao pensar em alguém que ame, em alguém que estime
verdadeiramente.
À beleza de uma imagem, à expressão de um olhar.
À emoção estampada num rosto de quem quer que seja.
Ao sofrimento, à alegria.
Em tom de brincadeira, poderia dizer que sou um excelente detector de emoções.
Sinto-as à distância, sejam elas boas ou más.

Costumam dizer que me emociono com pouco.
Poderá ser pouco para os outros, mas se me emociono, significa que
para mim é muito.
Significa que para mim é imenso.




Idalina Silva

terça-feira, 5 de junho de 2012

Sentir





Sentir os cheiros deliciosos, que nos envolvem.
Sentir na pele sensações misteriosas.
Sentir a música.
Sinfonias que nos deixam em êxtase.
Sentir os sons maravilhosos.
Sentir o amor que damos aos outros. 
Sentir a nossa entrega à vida.
Sentir nas palavras, a verdade e não a ilusão.

Sentir a evolução da nossa essência. 
Sentir que o ponto de partida do amor, somos nós 
E se não houver retorno, paciência.
Amar por amar. 
Sentir por sentir. 
Fazer da vida o nosso eterno amante.
Sentir um bom livro. 
Sentir o momento, em redor de amigos verdadeiros.
Sentir o calor de um abraço. 
Sentir um beijo.

Sentir ao máximo até não aguentar mais.

 Idalina Silva

terça-feira, 27 de março de 2012

Um dia vou por aí


Um dia vou por aí.

Deixo-me ir.
Ao sabor do vento.
Largo a cidade, a confusão, o movimento.

Estou cansada.
Da cor cinza do cimento.
Das mesmas ruas.
Dos mesmos rostos.
Das mesmas vozes.
Dos mesmos risos.

Um dia vou por aí.

Beijar uma flor.
Abraçar uma árvore.
Montar um cavalo selvagem.
Atravessar o Oceano.

Um dia vou por aí.

Dormir à luz das estrelas.
Banhar-me nas águas dos rios.
Comer frutos caídos, do chão.
Aquecer-me ao Sol.

Um dia vou por aí.

Sem querer saber para onde.
Sem sequer saber o que fazer.
Mas vou por aí...

Idalina Silva

terça-feira, 6 de março de 2012

Porquê?

Esta semana, assisti na televisão a uma reportagem sobre portugueses
que emigram em busca de melhores condições de vida.
Fiquei comovida.
Por minutos, não consegui conter as lágrimas.
Tive que passar as mãos nos rosto, para que ninguém se apercebesse da minha tristeza.
Momentos destes fazem-me sofrer por dentro.

Vi pessoas que até podem nada saber, sobre muitas coisas,
Mas nunca esquecerão o que é lutar pelo seu mundo melhor.
São capazes de percorrer quilómetros, de estômago e bolsos vazios.
Sempre cheios de esperança.

Porque não temos todos nós, a mesma chance de ser feliz?
Porque passam uns tanta fome, tanto frio e tanto medo?
Porque são uns reprimidos, atacados e abusados?
Será que amar é tão difícil?
Ser compreensivo e tolerante será que dói?

Porque existe tanta insensibilidade?
Porque não se resolve os problemas conversando?
Porque se fica calado, mesmo sabendo que há tanta coisa para dizer?
Porquê tanta cobardia?

Idalina Silva

segunda-feira, 5 de março de 2012

É tarde

É tarde que chegue, mas estou sem sono.
Fico por aqui a pensar e a escrever.
Neste espaço escuro, onde um débil foco me ilumina o teclado.
Como se vivesse um personagem num palco.
Mas sem aplausos.
Aqui não vejo e não oiço... sinto somente.

A minha voz é secreta
E a saudade tem lugar no meu peito.

Idalina Silva

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Os anos vão passando, mas tudo aquilo que temos dentro de nós, a nossa essência, continua imaculada. Saber viver a vida é isso mesmo... é simplesmente ser.


Idalina Silva

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Canção bonita

Gostaria, que às vezes a vida fosse uma canção.
Uma canção bonita... de lindas palavras.
Mas...
há dias em que é difícil ouvi-la.
Muito menos soletrá-la.
É quando o peito se esvazia.
E a alma entristece.


Idalina Silva

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Momentos completos

Nunca apreciei dias muito quentes de Verão.
Não gosto de rostos vermelhos e dilatados.
Pele luzidia e suores escorridos.
Gosto mais de dias temperados.
Adoro sentir na pele o sol brando, que me aquece e me bronzeia.
Sentir carícias de brisas suaves.

Depois do frio gélido, é bom sentir de novo o calor.
Hoje o dia esteve lindo.
Não foi necessário vestir muita roupa.
Nestas alturas, sinto-me liberta e gosto de deixar a cidade.
O campo e a montanha atraem-me ainda mais.
Adoro as cores e os contrastes.

Não queria usar a palavra "possuir",
mas sei que quero muito ter uma porção de terra.
Basta-me um pequeno recanto relvado, uma árvore e um simples abrigo.
Poder ter o prazer de o dividir.
Momentos simples mas completos.

Quanto mais envelheço, mais necessidade sinto.
É como, que uma obsessão.

Acordar ao som da natureza, abrir as janelas e deixar entrar toda a beleza.
Caminhar...
Carregar papéis e tintas.
Sentar-me...
e deixar sugar tudo que a vista alcança.

Fazer também dos dias, a minha riqueza.

Idalina Silva

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ser sempre eu

Já tinha saudades de passar por aqui,
Este é um espaço que me dá paz.
Tenho outros... quem me conhece bem, saberá.
Aqui o tempo é meu.
São momentos divinos que parecem não terminar.
São desabafos que não permitem calar-me.
Palavras desenhadas que são a minha voz.
Escrever faz-me bem.
Por vezes estranho o meu eu.
Observar-me a mim própria
é uma forma de me conhecer melhor.

Quando o meu dia começa, salto da cama e penso: mais um, para viver...
Será que hoje vai ser simples ou complicado?
Levanto-me.
Respiro fundo e sorrio.
Vidas fáceis são desinteressantes, pois é!
Mas às vezes dava jeito!
Luto sempre pelo meu dia.
Pois sei que ele é único e não se repetirá.
Mas claro que rio se tiver de rir
e choro se tiver de chorar.
Não sei o que é odiar alguém.
Se porventura acontecer,
nesse momento terei perdido parte de mim,
porque só vou odiar verdadeiramente, quando destruírem alguém que ame.

Quero viver sem promessas.
Não preciso provar nada a ninguém.
Só quero continuar a sentir
e ser quem sou.
Viver na simplicidade e sem artifícios.

Só prometo uma coisa:
Ser sempre eu.

Idalina Silva