segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sei



Sei que sou muito e sei que sou nada.
Dias um oceano, outros um riacho.
Noites, em que sou fera e outras um anjo.
Tardes, em que o meu peito enche e outras em que nem reajo.
Horas, em que tudo que fiz, foi perder.
Minutos, em que me bastou correr.
Anos sem ti,
foi morrer.

Idalina Silva

terça-feira, 24 de maio de 2011

Os meus dias



Será que os meus dias, vão ser noites?
Sem luz sem luminosidade.
Será que preciso abrir a boca,
gretar os lábios, subir o tom de voz,
rebentar as cordas vocais,
para que me oiçam e compreendam?
Será que não me exprimo como deveria?
Será que falo uma língua que não existe?
Todos os dias repito o mesmo, com palavras diferentes,
aquilo que sinto, aquilo que desejo e o que me faz sofrer.
Os meus dias são noites.
As minhas noites nunca serão dias, contigo junto a mim.
Preciso olhar o sol e sentir calor.
Tu, que dizes que me amas.


Idalina Silva

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Deixa-te amar


Deixa-te amar.

Deixa entrar o sol que te querem dar.

Deixa que te aqueçam o olhar.

Porquê resistir,

quando tu és tudo

para quem te quer beijar.

Faz de ti

aquele prado de perfume suave.

Pára de correr e deixa-te embalar.

Hoje vai amanhecer e vais aprender

que amar ...

pode ser também deixares-te acariciar.



Idalina Silva

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Recordo o Céu


Recordo o céu.
Recordo o mar.
Caminhos no ar, que me levam ao lar.
Recordo a tua pele suave, que adoro beijar.
Ruas estreitas, que me fazem sonhar.
Imagens de minha mãe, distantes,
sem que possa abraçar.
Recordo o teu olhar doce, morno e calmo.
Recordo-te, a ti,
que sempre me quiseste amar.
A cidade o campo e areia.
A casa de madeira e a saudade do mar.
Recordo a infância.
Brincadeiras de criança.
Recordo a tua voz e a tua blusa rendada,
com fios de seda bordada.
O alfinete ao peito.
Aquela lágrima caída, por emoções vividas.
Aquilo que me faz forte
e me transforma,
na mulher,
que respeito.

Idalina Silva