quinta-feira, 21 de julho de 2011

Desejos

Quero uma vida calma e serena.
Sentir-me tranquila, sem correrias e tropeções.
Olhar à minha volta e ver gente grande.
Pessoas que se respeitam a elas mesmas.
Seres que não se vendem.
Não vendem corpo nem alma,
por um bem estar falso.
Sei que quero respirar ar puro.
Senti-lo fresco a arder no peito.
Sentir-me cheia.
Sentir o calor de gente pura, gente boa.
Sentir paz e sentir-me imensa.
Quero plantar e colher frutos doces.
Tão doces como os seres que amo.
Os meus amigos, os meus amores.
Quero sentir cansaço no final do dia.
Estender-me à sombra de uma árvore.
Olhar o céu por entre a folhagem.
Rodar a cabeça e sentir a forma da Terra.
Ter a certeza que vivo plenamente.
De bem comigo e com os outros.
Amar as coisas simples.
Amar a natureza.
Quero morrer feliz.
Deixar pessoas que amei e me amaram, felizes.
Quero deixar saudade.
Mas sem lágrimas no rosto, de ninguém.
Quero ver as minhas cinzas esvoaçar por montes e vales.
Quero vê-las livres.
Como sempre prezei e prezo, a minha própria liberdade.

Idalina Silva

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Um pouco do que sou...


Tenho verdadeira paixão pelo campo.
Planícies decoradas de casas em pedra.
Cheiros a erva cortada e lenha queimada.
Adoro olhar o mar.
Vê-lo a sós, com alguma intimidade.
Sem gente...só ele e eu.
Tenho saudades dos meus pais.
Mais da minha mãe, não sei porquê.
Não os conheci,
mas os meus irmãos contam-me historias,
em que ela era a personagem principal.
Mulher e mãe. Completa.
Aquela que eu sempre quis ter.
Falam-me, com lágrimas nos olhos,
lágrimas de saudade.
Por isso tenho a certeza, que a teria amado também.
Sei que ela foi especial. Sei que é especial.
Adoro o perfume da madressilva.
Abomino seres egocêntricos.
Uma amiga disse-me um dia,
que os olhos são para olhar as estrelas
e não a ponta dos sapatos.
Concordo plenamente.
Não perdoo traições de amizade.
Gosto do silêncio,
aprendo e cresço com ele.
Não vivo sem tintas, sem cor.
As artes, são o meu trabalho e o meu prazer.
Sofro muito com a dor dos outros.
Acredito na Lei da atracção.
Amo os meus filhos.
Amo o meu neto.
Amo a minha família.
Sou amada.
Posso dizer, que sou feliz.

Idalina Silva


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Verdade

Quando sinto algo por alguém, vem-me de dentro.
É puro, muito puro...
Refiro-me a todo o tipo de sentimentos.
Desde aquele conhecimento passageiro, que se tem, com quem se vive na mesma rua,
ao amor ou amizade de quem vive no nosso coração.
Aquilo que demonstro ser, é sempre aquilo que sou.
Nunca minto nem menti.
Gosto que saibam o que contar da minha pessoa.

Por ser como sou, espero o mesmo dos outros.
Digo espero, mas gostava de dizer exijo.
Sei que não o posso fazer, porque infelizmente, sei de seres que vivem uma vida a fingir.
Enganam-se a eles próprios e por vezes nem se dão conta.
Dizem-se as pessoas mais honestas, mais transparentes e
depois quando as vemos, sentimo-las ali especadas e bem opacas,
de mentira e falsidade.
E isso doi, doi mesmo!
Perguntei a mim mesma por que doía e cheguei a uma conclusão.
Doi, porque quando agimos com verdade de sentimentos, lá no fundo ,
no fundo (e ninguém me diga o contrario), esperamos
ser reconhecidos.
Não que o façamos com essa intenção, mas no mínimo, gostamos de sentir gratidão.
Sempre fui justa e entristece-me sentimentos mesquinhos.
Então a mentira..., deixa-me de rastos.
Não me refiro a mentirinhas, daquelas que temos para evitar o sofrimento nos outros.
Não é dessas que falo, mas sim, de quando nos mentem e chegam a insultar a nossa inteligência.
Fico a pensar e não compreendo...
Será medo de serem confrontadas com a verdade?
Mas porquê, se a verdade não mete medo?
Não é nada mais, que a verdade.
Tão simples... e tão complicado para alguns.

Idalina Silva