domingo, 10 de abril de 2011

Desenhar

Hoje vou desenhar.
Vou fazer o teu esquisso.
Seguro no lápis, com a mesma suavidade com que te olho.
Deixo-o deslizar pela folha macia e sedosa.
Deixo-o livre.
Até ao lápis, o quero assim,
livre e solto.
Ele vai e vem.
Desenha linhas curvas, círculos e rectas.
Baila como se a folha de papel fosse uma pista de dança.
Como se dançasse o tango, de forma sensual e apaixonada.
Lápis, papel, tu e eu.
Olho em redor e não vejo mais nada.
Nada mais do que a tua imagem desenhada.
Um pouco de papel, marcado por linhas finas e leves, traçadas com incertezas,
tristezas e saudade.
Mas sempre com muito amor.
Desenhar, é amar o que se sente e não obrigatoriamente o que se vê.
Enquanto a imaginação sobreviver em mim,
eu vou desenhar.
Vou-te desenhar.
Vou-te ter,
sempre presente.

Idalina Silva

2 comentários:

  1. eu vejo no mundo 4 níveis de ondulação... a onda que o não vê; a onda que o vê; a onda que o fotografa e a onda que o desenha. quem devolve ao mundo por sua mão, o que vê, contribui para o seu movimento, pois no dar, no retribuir, no dedicar, é onde se encontra o amor... digo eu que gosto de dizer coisas.

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  2. Adorei, lindo lindo lindo lindo demais :)

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