quinta-feira, 31 de março de 2011

Amigo

Amigo

O dia acaba
quando a noite começa.

A luz apaga-se.
Mas acende-se na escuridão.

Deixo de te ver.

As minhas mãos procuram-te.
Sentem espaços vazios.
Até que te encontram
e tocam.
Percorrem suavemente
o teu rosto,
deslizando na tua pele.

Elas são carícias.
Meiguice.

Sorrio,
porque sei que ainda existes.
Não ao meu lado ou na minha direcção.
Mas no mesmo caminho.

Sei que vives.
Sinto-te respirar.

O transparente
passou a translucido.

Vejo-te mal.
Mas sei que não é da poeira.
Ela não existe entre nós.

É do teu respirar.


Idalina Silva

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